(Foto: Kylie Osullivan em Unsplash)
A NBA – a liga de basquete norte-americana – tem muitas histórias inspiradoras, que nos ensinam muito sobre desenvolvimento pessoal como mais resilientes, mais corajosos, mais focados. Uma delas envolve dois dos maiores jogadores da história da NBA: Kobe Bryant e Michael Jordan.
Apesar de serem de gerações diferentes, Kobe nasceu em 1978 e Jordan em 1963, esses dois mitos chegaram a se enfrentar nas quadras quando Kobe estava iniciando sua carreira profissional no Los Angeles Lakers e Michael jogava pelo Chicago Bulls.
Jordan era mais que um ídolo, era um mito. Já havia começado a carreira profissional, em 1984, com o pé direito sendo eleito “Rookie of the Year” (“Calouro do Ano”, em tradução livre). Em 1986, sua terceira temporada, tornou-se o segundo jogador a atingir a incrível marca de 3000 pontos em uma temporada, além de números recordes em jogadas defensivas. Suas jogadas não eram apenas eficientes, trazendo muitos pontos para seu time, eram lindas. A torcida o amava e lhe chamava carinhosamente “Air Jordan” ou, simplesmente, MJ.
Kobe iniciou sua carreira profissional em 1996, aos 17 anos de idade, tornando-se o jogador mais novo a jogar por um time da NBA. Foi um dos poucos jogadores da história a ser recrutado diretamente do ensino médio.
Em uma de suas entrevistas, Kobe conta que na primeira vez em que foi enfrentar Michael Jordan nas quadras, um amigo do time lhe deu um conselho: “não olhe o Jordan nos olhos”, dando a entender que MJ tinha a capacidade de destruí-lo com o olhar. Kobe conta que na hora pensou algo como “vou olhar para onde eu quiser, imagina se eu vou me intimidar por causa do olhar de alguém.”
Essa história nos ensina muito sobre força mental, sobre autoconfiança.
Pensando no conselho que o colega deu a Kobe, vemos o quanto o Michael Jordan já ganhava pontos pela sua presença, por intimidar os oponentes com sua atitude confiante. Grande parte do trabalho era feita apenas com sua conduta.
Pensando na reação do Kobe, vemos o quanto é importante termos autoconfiança, não nos deixarmos intimidar pela atitude ou pelo status do outro. Não podemos perder sem nem termos jogado.
A autoconfiança do Kobe vinha do autoconhecimento, da disciplina e do trabalho. Conhecendo seus pontos fortes e seus pontos fracos, ele trabalhava intensamente para melhorar ainda mais suas forças para que suas fraquezas não tivessem um peso tão grande no jogo. Kobe meditava dez minutos todas as manhãs, não apenas treinava, como fazia exercícios físicos, seguia as orientações dos preparadores e fisioterapeutas. Sabendo que estava pronto, não temia os enfrentamentos que teria que fazer em quadra.
Essa é uma lição valiosa para quem vai entrar em uma negociação com um interlocutor que considera mais forte, mais poderoso.
Prepare-se o melhor que puder. Não apenas estude os detalhes técnicos da negociação, mas prepare-se para a negociação em si. Conheça o outro lado: a empresa e o representante com quem você vai negociar. Lembre-se é uma pessoa que está negociando com você, não uma instituição. Esteja em sua melhor forma, física e emocionalmente. Desenvolva sua BATNA.
Conheça seus pontos fortes e seus pontos fraco. A partir desse conhecimento, trabalhe para deixar seus pontos fortes ainda melhores e tente diminuir sua vulnerabilidade. Trabalhe sua mente. Inspire-se em Kobe e MJ.
Por Alessandra Corrêa
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